Ex-assessor de Lira é alvo de ação da PF contra suposto desvio na compra de kits de robótica
Um ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está entre os alvos da operação da Polícia Federal contra um grupo suspeito de fraudar R$ 8,1 milhões em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica. O R7 apurou que Luciano Cavalcante foi assessor do gabinete de Lira e hoje está lotado na liderança do PP. A reportagem tentou contato com a assessoria do partido, mas ainda não obteve resposta.
Durante a operação, uma mala com dinheiro supostamente destinado a Cavalcante foi apreendida na casa de um policial civil.
Segundo a PF, os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a atas de registro de preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios de Alagoas, com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Os agentes cumpriram na manhã desta quinta-feira (1º) dois mandados de prisão temporária em Brasília (DF) e 27 mandados judiciais de busca e apreensão em Maceió (AL), oito na capital federal, um em Gravatá (PE), um em São Carlos (SP) e um em Goiânia (GO).
As investigações revelam que os prejuízos podem chegar a R$ 19,8 milhões.
De acordo com os agentes, as contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos concursos e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.
Além dos mandados, foi determinado o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões, e a suspensão de processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.
A investigação identificou ainda que foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas.
Segundo a PF, algumas dessas transações eram fracionadas em valores individuais abaixo de R$ 50 mil, com o fim aparentemente de burlar o sistema de controle do Banco Central. Em seguida, seriam realizados saques em espécie e entregas aos destinatários.
Fonte Click PB